quinta-feira, 15 de maio de 2008

Começo de um mundo exposto

''Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero uma verdade inventada.'' Clarice Lispector


[in]definição
Gostava das coisas efêmeras. Seu prazer se dava na cor do sol refletido no mar. Uma brisa doce emocionava-lhe.Gostava de aprisionar esses momentos em si, só para saboreá-los lentamente.
Vivia movida por sensações, não por desejos. Não desejava nada, apenas saboreava com doçura toda a essência, ácida e dolorida, da vida.
Por vezes, buscava um sentido que não existia, assim como as respostas que só seu coração conhecia.
Ás vezes doía ter um mundo inteiro dentro de si, com fadas, bruxas, mocinhas e meretrizes. Todas girando e tentando escrever uma só história. A sensação era de que tudo aquilo não ia caber dentro dela.
O grito, por mais alto e intenso que fosse, não atingia a intensidade que a sua alma precisava. O grito machucava o peito e lhe rasgava a alma por inteiro. Doía. Sufocava.

Luh Helena

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