domingo, 5 de dezembro de 2010

Amar (ou sobre o que eu aprendi sobre ensinar)

"Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara."
José Saramago

Meus queridos! Ando tão ausente... Uma eternidade que não escrevo nada.
Tenho andado sufocada de responsabilidades. E problemas. E decepções. Mas, graças a Deus, de alegrias também.

Quero falar sobre essa experiência intensa que foi ser professora neste ano.
Sempre tive uma admiração enorme pelos meus professores, mas acho que nunca tive ideia da profundidade do sentimento que a profissão provoca nos apaixonados pela sala de aula.
Aprendi nesse ano que ninguém cresce sozinho. Por trás daquele aluno chato e mal-educado, existe uma história, uma família, que luta pra resolver o problema ou simplesmente ignora.
Aprendi que sorrir sinceramente para um aluno é a melhor maneira de conquistar sua confiança. Dar risada é consequência.
Convivi com crianças que traziam sonhos e expectativas. Outros traziam apenas os sonhos dos pais. Com isso, aprendi o valor do sorriso de uma mãe ao conversar com alguém que estende a mão e busca transformar o seu sonho em sonho para a criança também, e não só mais uma obrigação.
Busquei ensinar não só o inglês, mas também colocar aquele bichinho que dá uma coceira na curiosidade por viver. Porque viver é aprender. Sempre. É tudo e todo mundo.
Mas acima de tudo aprendi que nada nessa vida acontece de uma hora para outra. Tudo é um processo e o que vem de uma hora para outra vai embora assim também, passa logo. E que não devo me entristecer por isso, pois se algo ruim veio de uma hora para outra, logo vai passar.
Aprendi a olhar nos olhos deles e ser mãe, amiga, irmã mais velha, irmã mais nova. Ensinei e aprendi.
Aprendi a não só olhar, mas a ver e reparar também.
E que sempre haja aprendizado. Amém.

5 comentários:

Bill Falcão disse...

Do post, fica uma lição: que você já entendeu como funciona sua nova profissão e que sabe que vai se aperfeiçoando com o tempo.
Particularmente, espero que sobre tempo também para suas atividades artísticas. Quando penso em você, penso numa garota de imenso potencial nessa área, e que tem tudo para um dia ser uma atriz reconhecida por seus méritos.
Bjooo!!!

Bill Falcão disse...

Sumiu?
Bjoo!!

Junkie Careta disse...

Mas, veja só...
Tanto tempo longe da blogesfera, e, quando finalmente consigo descansar das responsabilidades, visitando os blogs dos amigos poetas para aliviar a alma, o que encontro? a confissão de que a minha amiga que tem o dom de fazer silêncios falarem, está vivendo a paixão da pedagogia...

Quero te dizer que essa é mais uma grata coincidência que temos em comum, além do amor pelas letras.
Sou professor há mais de 10 anos(na maior parte do tempo de Inglês, como vc...)e sei exatamente o que é experimentar esse sentimento que vc descreve.Com o passar do tempo essa paixão ficou mais grave e eu me senti obrigado a aprofundar o entendimento do que é o fenômeno educacional me formando em pedagogia/Psicopedagogia.Muitas outros sentimentos e surpresas virão, eu te asseguro.
Considerando a sensibilidade demonstrada em seus poemas, não tenho nenhuma dúvida que vc será uma grande professora como o é poetisa.

Estou convidando os amigos para compartilhar o que talvez seja a última página do spleen-rosa-chumbo,dessa vez muito pouco rosa e muitissimo chumbo. Traga uns lenços, uma pipoca, uma vitamina k(para cicatrizar),um estojo de primeiros socorros,um estõmago forte e um coração à prova de bala.

Grande abraço

L. disse...

''E as vezes essa coisa de ser sujeito cansa. Dá vontade de se deixar levar, de ser apenas objeto.''

perfeito! disse tudo! (:

Sabryna Gonçalves disse...

uma nova experiência de vida, é sempre bom.Porque a cada ato realizado, é um novo aprendizado que se inicia.
Beijos querida
visite meu blog:
http://sabryna-liberdade.blogspot.com/