domingo, 14 de março de 2010

Asas.

"É difícil aprisionar os que têm asas"
Caio Fernando Abreu


Olá, amores! Saudades daqui! Mais de um mês ausente...
No post passado recebi comentários que esperava receber mesmo...
Sinto na pele que não há dinheiro que pague fazer o que não se gosta. Isso, exatamente o contrário do que dizem.
Pensamos sempre que fazer o que se gosta não tem preço. E concordo com isso! Mas e o contrário?
Sei que a necessidade nos obriga à fazer coisas que não gostamos. E às vezes se é bem pago por isso.
Mas e a conta da insatisfação, do sentimento de falta, da sensação de ser sufocado pela situação... Quem paga?
Claro que isso é uma questão de prioridade e não existe certo ou errado.
Cito Marina Colasanti, em Eu sei, mas não devia. Texto maravilhoso que expressa toda essa angústia.

''A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.''

Mas sei que eu não consigo viver essa ''vida de gaiola''. Não existe gaiola grande o suficiente para comportar minhas asas.

Luana H.