sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Incommodu

''Tenho dó das estrelas
Luzindo há tanto tempo,
Há tanto tempo…
Tenho dó delas.
Não haverá um cansaço
Das coisas,
De todas as coisas
Como das pernas ou de um braço?
Um cansaço de existir,
De ser,
Só de ser,
O ser triste brilhar ou sorrir…
Não haverá, enfim,
Para as coisas que são,
Não morte, mas sim
Uma outra espécie de fim,
Ou uma grande razão –
Qualquer coisa assim
Como um perdão?''
Fernando Pessoa

Não há um cansaço? E até acho que é esse o sentido da vida... Viver, viver, viver e viver até cansar.
Cansar de amores, de poesia, de dores, de músicas...cansar da própria vida.
E também acho que é assim que todas as coisas têm que terminar. Cansadas. Cansadas de existir ou cansadas de simplesmente ser.
Assim dói menos.
Sei que já postei sobre isso aqui. Sobre ''gastar'' esse giz que é o amor. E aplico a mesma metáfora à todas as coisas.
Temos em nossas mãos uma caixa de giz. De diferentes cores e tamanhos.
Uns vão acabar mais rápido, mesmo que você goste da cor. Ou melhor, principalmente se você gostar da cor.
De outros você não vai gostar. E estes parecem que não acabar nunca. Independente da sua vontade. Você pode quebrá-lo, colocá-lo em um canto ou simplesmente fingir que o esqueceu. Não vai adiantar. Ele vai continuar lá.
De outros, você até vai gostar por um tempo. Com ele vai rabiscar, quem sabe vai esquecê-lo um pouco mas depois tornará a rabiscar... e depois vai se cansar. E aí você vai querer que ele acabe.
O que cansa, incomoda. É fato.
E aí? Depois que eu me cansar de certas coisas, faço o quê?
E você faz o quê?
Penso que é a partir disso que nascem as atitudes. A partir do cansaço, do incômodo.
Do cansaço que incomoda.


Luana H.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

De volta!

Olá, amores.
Disse que voltaria o mais breve possível para contar como foi.
Foi muitoo bom. É muito gratificante ver as crianças e, também, os adultos com os olhos grudados e os ouvidos atentos. Muito bom mesmo...
Vou postar um meme que peguei da Roberta, do Quem Vai Dizer Tchau?
Aqui, respondo como Luana H. No Sina Nossa, como Lena.

Nome: Luana Helena Ribeiro
Idade: 16
Local de nascimento: São José dos Campos
Peso: 60kg
Altura: 1,65
Apelido de infância: Lu
Qual a sua maior qualidade? Cuidado.
E seu maior defeito? Ansiedade
Qual a característica mais importante em um homem? Fidelidade e lealdade
E em uma mulher? Companheirismo
Qual a sua idéia de felicidade? Está em tudo. Basta saber ver.
E o que seria a maior das tragédias? Todo o amor ter se esfriado completamente.
Quem você gostaria de ser se não fosse você mesma? Clarice Lispector.
E onde gostaria de viver? Na praia.
Qual é a sua cor favorita? Vermelho.
E o seu desenho animado? Padrinhos Mágicos
Quais são seus escritores favoritos? Clarice Lispector, Machado de Assis, Vinicius de Moraes, Carlos Drummond de Andrade
E seus cantores e / ou grupos musicais? O Teatro Mágico, Vinicius de Moraes, Rosa de Saron...
O que te faz feliz instantaneamente? Olhar para o céu.
Quais dons você gostaria de possuir? Cantar e desenhar.
Tem medo da morte? Mais ou menos.
Quem é seu personagem de ficção favorito? Alladin.
Qual defeito é mais fácil de perdoar? Falta de atenção.
Qual é o lema de sua vida? Se te faz bem, que mal tem?
Qual sua maior extravagância? Coooomer!
Qual sua viagem preferida? Com toda a família, no final de ano.
Se pudesse salvar apenas um objeto de um incêndio, qual seria? Computador.
Qual é o maior amor de sua vida? Deus
Onde e quando foi mais feliz? Quando reconheci que deveria ser feliz independente da situação.
Qual é sua ocupação favorita? Ler e ouvir música.
Pensa em ter filhos? Sim.
Quantos? Três.
Um animal de estimação: Tenho um papagaio e três cachorros. Porém, não gosto muito.
Uma atividade física: Dança.
Um esporte: Teatro! Quem disse que não é esporte?
Um prato que sabe fazer: Miojo.
Uma comida que adora: Massas em geral.
Uma invenção tecnológica sem a qual não vive: Computador.
Gasta mais dinheiro com: Livros e shows.
Uma inabilidade: Cantar.
O que não faria em nome da vaidade? Exercicios exageradamente.
Uma mania: Coçar a sobrancelha numa situação embaraçosa.
Uma saudade: Dos meus amigos.
O primeiro beijo: Estranho.

Quer conhecer a Lena? Dá uma passada em : www.sina-nossa.blogspot.com


Luana H.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Pseudo-abandono

Amooores!

Vou ''abandonar'' provisóriamente o Contos e Confissões e o Sina Nossa nessa semana.
Essa semana, mais precisamente no domingo, estréio uma peça infantil então imaginem como está a minha vida, né? Juntando com mais três provas da semana... Fica difícil!
Então, quando tudo isso sossegar um pouco volto para responder os comentários, contar como foi e postar! Ok?

Torçam por mim, ou seja, me desejem muiiita merda!

Beiiiijos.


Luana H.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

(NÃO) Sou todo mundo.

“A mais tola das virtudes é a idade. Que significa ter quinze, dezessete, dezoito ou vinte anos? Há pulhas, há imbecis, há santos, há gênios de todas as idades”
Nélson Rodrigues

E o que significa ser homem ou mulher? Significa não prestar porque é homem e ser santa porque é mulher? Ambos os sexos carregam em si defeitos e qualidades!
Acredito SIM que existem homens que prestem. Assim como tenho a plena consciência de que eles têm defeitos...
Sou mulher e sei que carrego um dom que me santifica: o dom de conceber uma vida...Mas sei também que carrego em mim todos os defeitos do mundo.
E uma mulher tem que ser como? Tem que dizer que homem não presta, seguir aquelas revistas absurdas de moda ou ter um filho e colocá-lo numa creche mesmo tendo tempo para ele? Tem que não se envolver com aquilo que ela realmente acredita para cuidar só da família?
E um homem? Tem que pagar de machão, ser nojento, trair e não demonstrar emoções e sentimentos?
Pode até parecer que esse post tem um tom ''feminista'', mas não é a minha intenção. Quero apenas propor uma reflexão sobre a generalização.
Todos os homens não prestam? Todas as mulhes são ou serão traídas? Todas as juras de amor são falsas? Tudo isso é uma mentira?
Cuidado ao justificar o teu erro com a frase :''Ah, mas é o que todo mundo faz...''.
Mas o problema é que eu não sou todo mundo...


Luana H.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Um por todos, todos por um.

''Quero um milhão de amigos
Quero irmãos e irmãs
Deve de ser cisma minha
Mas a única maneira ainda
De imaginar a minha vida
É vê-la como um musical dos anos trinta
E no meio de uma depressão
Te ver e ter beleza e fantasia...''

Por fora. É assim que eu me sinto.
Sei que me afastei do dito ''grupo de convivência diária''. Por livre e espontânea vontade.
Isolei-me na minha arte fazendo dela o meu universo.
Não sei por que não me acostumei ainda. Sempre foi assim...
Pra falar bem a verdade, já me acostumei sim.
Pode parecer o inicio de um post ''melancólico-dramático'', mas não é.
Não, eu não tenho muitos amigos. Conto dois ou três.
Não sou chata e não evito amizades... Sou apenas exigente e me orgulho disso.
352 amigos no orkut... Tenho vontade de rir quando leio ''amigos'' no orkut.
O que é a amizade então? É esse laço que traz obrigações e convenções ou é a doação de corpo e alma? Amigo é aquele que usa os clichês mais batidos da internet ou é aquele que, sem falar nada, dá sentido a esses clichês? Ser amigo é deixar-se levar por qualquer ''onda'' passageira e não olhar para o outro ou é estar sempre atento?
Não quero amigos sem defeitos, afinal de contas, estes são essenciais para o crescimento de qualquer pessoa. Quero alguém que cuide não para que eu não me chateie mas para que eu não eu me decepcione demais, sabe?
Vejo pessoas dizendo que têm milhões de amigos. Mentira! Amizade precisa de tempo.
Não sei. Sinceramente, não sei.
Vai ver só é assim comigo.
Ou não.

Luana H.

domingo, 5 de outubro de 2008

(Só) Palavras?

''Tantos sonhos morrem em poucas palavras.''
Leoni

O que você acabou de dizer? Pra quem você disse? Como você disse? Com qual intenção você disse?
Falar não é tão simples assim, confessor. Uma frase, bem conhecida, já diz que palavras ferem muito mais do que tapas ou socos.
Uma atitude mal interpretada pode ser explicada com palavras mas e as palavras mal interpretadas? Ações não explicam palavras.
Complicado, né? Também acho.
Mas também acho complicado o cuidado excessivo que muitas pessoas têm com as palavras. Não dizem o que realmente sentem por medo de serem mal interpretadas.
Confesso que ás vezes eu tenho esse medo. Digo qualquer coisa e depois digo que não era isso que eu queria dizer. Não, não é honesto. Eu sei.
Dói não conseguir falar. Tenho sofrido muito com isso. Choro, penso milhões de coisas e me sinto exausta como se tivesse falado por horas seguidas. Mas quando me dou conta, eu apenas disse : Não sei o que acontece... Não é nada, mas...
Grito, choro, xingo... internamente. Isso dói e você nem sabe quanto.
Pra tentar me explicar, uso de palavras alheias:
''Pra falar verdade, às vezes minto
Tentando ser metade do inteiro que eu sinto
Pra dizer às vezes que às vezes não digo
Sou capaz de fazer da minha briga meu abrigo
"Tanto faz" não satisfaz o que preciso ...''
O Teatro Mágico

Luana H.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Desespero ou Liberdade?

''Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome. ''
Clarice Lispector

Definitivamente não tem nome. O que eu desejo e o que eu preciso vai além da liberdade.
Minha alma precisa de mais.
Tenho fome dessa sensação que eu não sei nomear. Procuro desesperadamente por essa sensação que provei por alguns segundos e, sem nem perceber, perdi.
Sim, é um sentimento leve. Doce. Com um perfume que eu sinto todos os dias mas não sei descrever. Talvez tenha o cheiro da chuva misturado com algum cheiro perdido da infância.
É uma sensação que me escapa por entre os dedos. Não, não posso tocá-la. Mas sinto que, numa fração de segundos, ela me passa pelas mãos. E eu, num esforço vão, tento apanhá-la. Não, não consigo.
Procuro em todas as palavras, em todos os beijos, em todos os abraços...Procuro no mais profundo das minhas lembranças. Procuro para que eu possa viver essa sensação a todo tempo.
Talvez quando me exponho aqui, sinto essa fragrância misteriosa...Talvez porque essa fragrância tão doce e que tanto me atrai venha da alma.


Luana H.