segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Fica (só) Comigo

''Você vai comigo aonde eu for
Você vai bem se vem comigo
Serei teu amigo e teu bem
Fica bem mais fica só comigo''
Zeca Baleiro

Ser fiel é tão difícil?
Mesmo que a moda pregue a onda dos relacionamentos ''abertos'', ainda dói ser traído.
Talvez seja pela necessidade de ter o outro só pra si. Essa possessividade natural do ser humano.
Sim, confiança é a base de um relacionamento. Mas até que ponto essa confiança existe?
Ter o outro implica no medo constante de perdê-lo. Seja por atos, seja por pensamentos, temos medo! É inevitável sentir o coração disparar e o estômago revirar, só de pensar na pessoa desejada nos braços de outra.
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades...Mas os sentimentos ainda são os mesmos. Mesmo os mais moderninhos sentem o chão se abrir ao se descobrirem traídos.
Sim, o ciúmes ainda existe. E se você quer saber, ele ainda salva alguns relacionamentos.
Quem não gosta de sentir que o outro tem medo de perder? De certa forma, aquela pequena dose de ciúmes envaidece qualquer um. Minto?
Mas que fique claro sobre o que falo. Falo sobre a possessividade natural e não sobre a doentia.
Ok, ser o ser desejado é muito bom. Mas e quando não somos apenas nós o ser desejado? Pode uma pessoa amar duas ao mesmo tempo?
Confessor, na minha concepção, fidelidade é primeiro requisito. Se a pessoa que está do seu lado não te basta, então qual o motivo de estar com ela?
Comodismo? Talvez...Afinal,o comodismo prefere a traição à mudança.
Mas, todas essas minhas palavras se resumem numa pergunta: Fazer outra pessoa infeliz faz alguém mais feliz?
Mais uma vez, fica a pergunta!

Luana H.

p.s.1: Visitem o meu segundo filho, Sina Nossa!

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Confidentia

''De todas as palavras que eu te falei
Apenas uma delas você guardou
Era amor a palavra, isso eu pensei
Mas foi confiança aquela que você lembrou''
Nenhum de Nós

Tenho uma séria dificuldade em confiar nas pessoas. Arrisco dizer que esse é o assunto mais difícil e mais íntimo sobre o qual eu já escrevi aqui. Desenvolvi isso logo que comecei a entender o que se passava à minha volta.
Criei a minha casca e me fechei em mim.
Fiquei, e fico, no que muitos chamam de ''defensiva''. Qualquer deslize é plausível de distanciamento. Cheguei a acreditar que eu só poderia confiar em mim mesma.
Não, eu sei, ninguém consegue viver assim. Um olhar, um abraço e uma palavra de confiança fazem falta.
Ás vezes me sinto perdida nessa imensidão de escolhas e sinto uma necessidade imensa de colo. Um abraço que me envolva e diga, sem dizer uma só palavra : Estou contigo.
Você tem alguém na sua vida pela qual você se jogaria no desconhecido, sem medo nenhum, se ela lhe dissesse que a felicidade está lá?
Mas cuidado com as minhas palavras. Falo de confiança e não amor. Sei que o amor pede confiança, mas ás vezes a confiança não pede amor.
A confiança em outro ser, com idéias e vida própria, é uma entrega muito grande. E a gente precisa disso.
Eu preciso e você também precisa, eu sei.
A confiança que eu tenho em mim mesma não me basta. Eu não me basto.


Luana H.


p.s.1: Visitem o Seqüência (bem) Clichê
Blog de uma amiga. Recomendadíssimo!

p.s.2: Visitem o Sina Nossa

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Retrat(ação)o

“Por que tenho saudade de você, no retrato, ainda mais que o mais recente?
E por que um simples retrato, mais que você, me comove, se você mesma está presente?
Talvez porque o retrato, já sem o enfeite das palavras, tenha um ar de lembrança.
Talvez porque o retrato (exato, embora malicioso) revele algo de criança (como, no fundo da água, um coral em repouso).
Talvez pela idéia de ausência que seu retrato faz surgir colocado entre nós dois (como um ramo de hortênsias).
Talvez porque o seu retrato, embora eu me torne oblíquo, me olha sempre de frente (amorosamente).
Talvez porque o seu retrato mais se parece com você do que você mesma (ingrato).
Talvez porque, no retrato, você está imóvel (sem respiração...).
Talvez porque todo retrato é uma retratação...”
Você e seu retrato, Cassiano Ricardo.

Quem é que determina o tempo?
O tempo dos sentimentos é cronológico ou psicológico?
Sabe, confessor, essa dúvida deu para me assolar agora. Sempre tive a plena certeza de que os sentimentos levam um tempo para ''nascer''. Mas, os meus próprios sentimentos me mostraram que não é bem assim.
Ás vezes passamos anos achando que gostamos de alguém. Mas não. Gostamos é da imagem que fizemos da pessoa por todo esse tempo. Construímos castelos de areia para depois a outra pessoa derrubar, nos mostrando que ela não é a imagem que fizemos.
E como se explica aquele sentimento repentino por aquela pessoa que ''conhecemos'' há anos?
Andei mudando meus conceitos sobre pessoas e sentimentos. Estar vazio de expectativas e imagens é bom. Difícil, eu confesso, mas necessário.
O que determina um sentimento, então? O tempo? Sim...Mas acho que o tempo psicológico.
Pode-se começar a amar em horas. Assim como uma vida inteira junto não garante, nem mesmo, respeito. Não falo de amor à primeira vista. Falo da intensidade de um sentimento.

Luana H.

P.S.: Texto escrito após uma conversa com uma amiga e um longo silêncio com um grande amor.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Não me deixe só.

''Que se há-de fazer com a verdade de que todo mundo é um pouco triste e um pouco só?"
Clarice Lispector

Só.
Confesso que comecei a sentir medo pensando na solidão. Afinal de contas, ela está com a gente o tempo todo.
Aquele sentimento que eu não consigo expressar me faz mais só. Aquele beijo intenso não traduz nem um pouco do meu amor. Meus abraços não me fazem menos só.
Sim, eu ainda estou presa dentro de mim. Nada parece suficiente.
Nasci só e vou morrer só.
Ninguém sabe como eu sou de verdade. Ninguém.E tenho certeza que ninguém te conhece assim também.
Por mais que eu escreva, que eu grite, que eu chore...A minha alma é um mistério. Até mesmo pra mim. Acho que por esse motivo escrevo. A dor de existir somente dentro de mim era insuportável.
Ás vezes penso que a alma deveria ser como uma blusa. Usava-se o lado direito para impressionar e o lado avesso para ser verdadeiro. Totalmente verdadeiro. Sem nenhum tipo de máscara.
Eu preciso me desproteger para me sentir segura.



Luana H.


p.s.:Selinho que ganhei da Roberta, do Quem Vai Dizer Tchau?





obrigada.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Despida

"Dizem que finjo ou minto tudo que escrevo.
Não.
Eu simplesmente sinto com a imaginação.
Não uso o coração."
Fernando Pessoa

Quando escrevo me sinto totalmente exposta.
Sinto minha alma totalmente nua. Numa nudez pura.
Encontro-me quando escrevo. Pareço mais clara, para mim mesma, quando vejo as palavras me desenhando no papel.
Penso muito antes de escrever qualquer coisa. Tenho medo de não gostar do que eu mesma criei. Morro de medo.
Morro de vergonha. Sim, afinal de contas, me sinto desprotegida ao escrever.
Meus textos são como pedaços de mim. Pode-se enxergar neles minhas veias. Pode-se, claramente, ver o meu sangue.
Ás vezes, surpreendo-me com o mundo todo que cabe dentro de mim.
Pois sou pequena. E fraca. Muito fraca.
Preciso das palavras para me sentir forte. Preciso extrair delas a força que eu não tenho.
Preciso me sentir desprotegida para confessar toda a minha ânsia de existir.

Luana H.

p.s.: Visitem http://www.sina-nossa.blogspot.com/ ...um canto um tanto diferente daqui.

sábado, 2 de agosto de 2008

A Menina ainda dança

''E se você fecha o olho
A menina ainda dança''
Marisa Monte

Tudo muda tão rápido.
Quando se vê já acabou o dia ou se passou um ano. E temos que nos adaptar rapidamente.
Não, não quero discutir nesse post a falta de tempo. Quero apenas falar sobre a efemeridade do tempo...das coisas...das pessoas...mas principalmente,das situações.
Caro confessor, ás vezes fico impressionada com certas mudanças. Não quero dizer se tais mudanças são certas ou erradas, só quero dizer que elas acontecem.
Há dois anos, eu estudava perto da minha casa. Tinha ao meu lado os meus amigos de infância. Eu achava que a distância não mudaria em nada aquelas pessoas. E achava que eu também não mudaria. Doce ilusão.
Faz pouco tempo, mas as mudanças aconteceram muito rápido.
Os rostos mudaram. As vozes, os hábitos...Cada um seguiu seu rumo e está escrevendo sua história.
Confesso que sinto falta deles, mas sinto mais falta ainda de quem eu era naquele tempo. Sinto falta da tranquilidade que eu tinha dentro e fora de mim. Sinto falta da menina.
Ás vezes dá um medo de se esquecer de como é que era. Antes de dormir, me pego pensando em como seria acordar e voltar para esse tempo. Mas essas mudanças são irreversíveis...crescer implica em mudanças irreversíveis.
E como diria o Poeta...
''A vida é o dever, que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira…
Quando se vê, já é Natal…
Quando se vê, já terminou o ano…
Quando se vê, perdemos o amor da nossa vida…
Quando se vê, passaram-se 50 anos!''

Luana H.


p.s.: Visitem também : http://sina-nossa.blogspot.com/

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Segundo Filho!

Gente..
Passando rapidinho pra apresentar meu novo ''filho''.
O Sina Nossa... http://sina-nossa.blogspot.com/
Quero fazer algo diferente do meu confessionário, afinal de contas, sou múltipla e tenho um mundo enorme aqui dentro...hehe. Ainda não sei muito bem como vai ser esse cantinho. Estou descobrindo...
Vou gostar muito de ver vocês por lá.

Beijão e até mais.

Luana H.